Ex-ministro Gilson Machado é preso e reforça cerco da PF aos aliados de Bolsonaro
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13) o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, um dos aliados mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro. A prisão, realizada no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, marca mais um capítulo do avanço das autoridades sobre o núcleo político que sustentou o projeto de ruptura institucional frustrado. Gilson Machado, conhecido por seu alinhamento ideológico com Bolsonaro e presença frequente em eventos bolsonaristas, foi detido em sua residência em Recife após ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a investigação, Machado teria participado ativamente de articulações golpistas, incluindo reuniões preparatórias e disseminação de desinformação com o intuito de desacreditar o processo eleitoral.
A prisão de Machado soma-se à de outros ex-integrantes do governo Bolsonaro, como o general Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem. O cerco judicial avança em efeito dominó sobre a antiga cúpula bolsonarista, indicando que a trama golpista foi, de fato, orquestrada de forma coordenada e envolveu diversos setores do antigo governo e das Forças Armadas. Com o avanço das investigações, documentos, mensagens e vídeos vêm sendo reunidos pelas autoridades para comprovar o envolvimento direto de figuras de proa do bolsonarismo na tentativa de romper a ordem democrática. Gilson Machado, por sua vez, nega qualquer envolvimento em atos ilegais e afirma ser vítima de perseguição política, discurso repetido por outros investigados.
Apesar das negativas, as provas colhidas até aqui têm fortalecido a tese da Procuradoria-Geral da República de que houve um conluio antidemocrático com apoio político, militar e comunicacional. Os investigadores apontam que a prisão dos envolvidos é necessária para impedir a obstrução da justiça e para garantir o pleno andamento das apurações. Com mais um aliado de Bolsonaro atrás das grades, o enredo que parecia apenas especulativo ganha cada vez mais contornos de uma tentativa real de golpe. A prisão de Gilson Machado não apenas enfraquece a retórica de inocência do entorno do ex-presidente, como também reforça que a Justiça está disposta a responsabilizar todos os envolvidos — um a um — por suas ações contra a democracia brasileira.
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