Bolsonaristas pressionam por anistia em meio ao temor de prisão do ex-presidente
Nos bastidores de Brasília, cresce a tensão entre deputados bolsonaristas diante do avanço das investigações que podem levar à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O clima de desespero se reflete na movimentação intensa dentro da Câmara dos Deputados, onde aliados do ex-chefe do Executivo articulam a aprovação de uma ampla anistia para os envolvidos nos atos de contestação ao resultado das eleições de 2022.
Para eles, a medida seria a única forma de proteger Bolsonaro e, ao mesmo tempo, pacificar sua base de apoio. Esses parlamentares têm se esforçado para acelerar a tramitação da proposta, realizando reuniões de emergência e pressionando líderes partidários. O discurso central é de que o país precisa “virar a página” e deixar para trás as disputas políticas que marcaram os últimos anos. No entanto, especialistas apontam que, por trás desse argumento, há um claro temor de que a Justiça avance contra Bolsonaro de forma irreversível, colocando seu futuro político em xeque.
Apesar da pressão, o movimento encontra resistência significativa no Senado Federal. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, já deixou claro que não pretende pautar a proposta de anistia, freando assim as tentativas dos bolsonaristas de blindar seu líder. A posição de Alcolumbre é vista como estratégica, já que colocar o tema em votação neste momento poderia acirrar ainda mais os ânimos e gerar desgaste político tanto para o Senado quanto para o governo federal. O impasse escancara a divisão dentro do Congresso: de um lado, uma ala mobilizada para salvar Bolsonaro a qualquer custo; de outro, parlamentares e lideranças que defendem o respeito às instituições e ao curso normal da Justiça. A situação cria um ambiente de instabilidade, pois a cada avanço das investigações cresce a pressão da base bolsonarista por medidas que possam amenizar os riscos legais enfrentados pelo ex-presidente.
Enquanto isso, Bolsonaro mantém postura de vitimização, reforçando o discurso de perseguição política e incentivando seus aliados a resistirem no Legislativo. Essa narrativa tem fortalecido sua base mais fiel, mas também gera desconfiança em setores que enxergam a tentativa de anistia como um sinal de fragilidade e medo diante da possibilidade concreta de responsabilização judicial. A estratégia bolsonarista esbarra em limites institucionais claros. Sem o apoio de Davi Alcolumbre e de parte expressiva do Senado, a anistia dificilmente sairá do papel. Resta saber até onde irão os deputados aliados do ex-presidente em sua tentativa de salvá-lo, e qual será o impacto desse movimento na já conturbada cena política brasileira.
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